Após perder o pai para Covid-19, fotógrafa de Fortaleza recebe homenagem de músicos locais

O vídeo reuniu músicos amigos da fotógrafa que cantaram composição criada especialmente para esse momento dela. “Quando a dor bater, lembra que cê tem chão, que pode dar a mão, a gente te segura”, diz a letra da canção.

A luta contra a pandemia do novo coronavírus tem causado dor em toda parte do mundo. Em Fortaleza, Vanessa Cordeiro, 34 anos,  teve que lidar com a perda do pai, Paulo Arthur Vieira Cordeiro, de 62 anos, para a Covid 19 após 20 dias de tratamento contra a doença. A fotógrafa, porém, recebeu o afago dos amigos por meio de uma homenagem musical. 

Em vídeo, músicos locais se reuniram para cantar uma composição feita especialmente para esse momento de Vanessa e da família “Em tempos de pandemia, onde não pude me despedir do meu pai, não pude abraçar ninguém, essa homenagem foi um abraço ‘bem acoxado’ na minha alma”, declarou.

Compadecido com a dor da amiga de longa data, o compositor Claudio Mendes resolveu unir a paixão de ambos pelo som com uma energia positiva para transmitir à família de Vanessa. “Foi só pegar o violão que música e letra saíram muito rápido, quase psicografadas”, relembra.

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Claudio Mendes, compositor da música, em clique da própria amigaFOTO: VANESSA CORDEIRO

A primeira versão, em estilo voz e violão, foi enviada pelo WhatsApp. “Já foi super emocionante ter dado alguma força pra ela, mesmo que de forma mais simples”, contou o músico.

União de amigos

Mas o amigo não parou por aí. Ao ser chamado por outros colegas para gravar depoimentos para a fotógrafa, Cláudio sugeriu que juntassem as forças para fazer um vídeo que contemplasse tanto as mensagens de carinho, como a música que havia sido composta.
“Vanessa sempre viveu intensamente a paixão pela música e, durante todos esses anos, construiu belíssimas amizades com vários músicos e artistas”, diz Claudio.  

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Vanessa (de vermelho) ao lado do irmão Paulo Arthur, a irmã Larah Cordeiro, o pai e a mãe, Rosangela

Com o auxílio de Grace Zinnel, na edição de vídeo, e de David Cordeiro, na produção de música, o resultado, diz Claudio, foi registrar o carinho pela amiga “de forma eterna”. Para Vanessa, receber esse amor em forma de música foi o momento de derramar mais algumas lágrimas, mas dessa vez de alegria.

“Eu me emocionei muito, chorei litros de alegria e amor. É muito bom saber que você não está só”, reforça.

Veja letra completa: 

Tua Vida É Sorrir
(composição: Claudio Mendes)

Quando a dor bater
Lembra que cê tem chão
Que pode dar a mão
A gente te segura

Quando o choro vier
Lembra da canção
Que um dia te fez sorrir
Deixa ele ir

Não se culpa, fica leve
O universo agradece
É só mais um grão

Nem que chova a noite inteira
A jangada segue inteira
É nova estação

Entre nuvens e arandelas
Ou com bolas amarelas
Estamos aqui pra ti

Deixa o moço do ponteiro
Balizar até fevereiro
Tua vida é sorrir

Caixa antecipa segunda parcela do auxílio emergencial; veja as novas datas

Segunda parcela referente aos R$ 600 mensais começará a ser paga na próxima quinta-feira (23)

A Caixa Econômica Federal antecipou, mais uma vez, o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para as pessoas que tem conta digital ou poupança no Banco. A medida, que faz parte do pacote do Governo Federal de enfrentamento ao coronavírus, terá novas datas para o segundo pagamento a partir da próxima quinta-feira (23). A informação foi confirmada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães. 

A partir da próxima quinta feira (23), trabalhadores informais e pessoas inseridas no Cadastro Único nascidos em janeiro e fevereiro, receberão a segunda parcela. Na sexta-feira (24), o pagamento será destinado aos nascido em março e abril. O cadastro no benefício pode ser feito tanto no aplicativo como no site do benefício (auxilio.caixa.gov.br).

A sequência deverá seguir diariamente.

Confira o calendário

  • Quinta-feira (23): nascidos em janeiro e fevereiro
  • Sexta-feira (24): nascidos em março e abril
  • Sábado (25): nascidos em maio e junho
  • Segunda-feira (27): nascidos em julho e agosto
  • Terça-feira (28): nascidos em setembro e outubro
  • Quarta-feira  (29): nascidos em novembro e dezembro 

Para quem não possui a conta digital na Caixa e fará o saque presencial, a liberção do recurso será entre 27 de abril e 5 de maio.

Detalhamento dos saques presenciais da segunda parcela

  • 27 de abril – nascidos em janeiro e fevereiro
  • 28 de abril – nascidos em março e abril
  • 29 de abril – nascidos em maio e junho
  • 30 de abril – nascidos julho e agosto
  • 04 de maio – nascidos em setembro e outubro
  • 05 de maio – nascidos em novembro e dezembro

O presidente da Caixa destacou o esforço da equipe técnica em organizar o calendário de pagamentos. 

“Estamos pagando por dia, mais do que a população de vários países do mundo, e isso demonstra o engajamento do Governo. Todas as pessoas que passarem a receber a partir da quinta feira e ainda não recebeu nenhuma parcela, receberá duas parcelas de uma só vez”, disse Guimarães.

Ele também comentou que as pessoas que ainda não receberam o pagamento da primeira parcela, receberão as duas ao mesmo tempo a partir da aprovação do cadastro no programa.

Segundo o presidente da Caixa, o auxílio emergencial já foi liberado para mais de 9 milhões de pessoas. Até o fim do programa, a Caixa espera beneficiar mais de 30 milhões de brasileiros.

Diário do Nordeste

Deputado Romeu solicitou a recuperação de trecho da CE 362 que interliga Uruoca e Campanário

O deputado estadual Romeu Aldigueri solicitou ao Governador Camilo Santana e ao Superintende de Obras Pública do Ceara, Quintino Vieira, a recuperação da malha asfáltica dos trechos da CE 362 que interliga a sede do municio de Uruoca ao distrito de Campanário.


O objetivo, conforme o deputado, é  de melhor a trafegabilidade e a segurança que são bastantes importantes para a economia local e regional”.

Carlos Jardel

Ceará chega a 100 municípios com casos confirmados de Covid-19; mortes permanecem em 189

As informações são da plataforma digital IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Ses

No Ceará, saltou de 98 para 100 o número de municípios com diagnósticos positivos da Covid-19 – a infecção causada pelo novo coronavírusO total de casos confirmados subiu de 3.306 para 3.453 – 147 a mais -, em relação à noite do último domingo (19). Os óbitos decorrentes da doença permanecem em 189. Os dados constam na atualização mais recente da plataforma digital IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgada às 9h02 desta segunda-feira (20).

Das 189 mortes, 148 foram registradas apenas em Fortaleza, segundo os dados disponíveis. Caucaia (5), Maracanaú (5), Eusébio (4), todas na Região Metropolitana de Fortaleza, além de Iguatu (4), no interior do estado, são as cidades que seguem a Capital, somando o maior número de óbitos. 

Em todo o Estado, onde a taxa de letalidade da doença está em 5,5%, foram realizados 15.904 exames de detecção do vírus. Outros 9.885 casos permanecem sob suspeita; na tarde de domingo, eram 9.999 casos suspeitos. 

A Flourish chart

As faixas etárias que reúnem a maior quantidade de óbitos oscilam entre 75 e 80 anos ou mais, para ambos os gêneros. Ainda de acordo com o boletim do IntegraSUS, morreram 77 pacientes nesse intervalo de idade. 

Confira os números para a Capital cearense, cidade que concentra o maior número de casos e mortes no estado:

2.809 casos confirmados;
6.901 casos sob investigação;
148 óbitos;
Taxa de letalidade de 5,3%

A Flourish map

A Flourish data visualisation

A Flourish map

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Diário do Nordeste

Uso de máscaras no Ceará poderá ser obrigatório para setores em funcionamento

Um Projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa propõe a o obrigatoriedade do uso de máscara de proteção e outros recursos de proteção por trabalhadores de órgãos, entidades, estabelecimentos e serviços, a fim de evitar a disseminação do Coronavírus. A proposição é do Deputado Romeu Aldigueri (PDT).

Pela lei, ficariam obrigados a utilizar máscara e outros recursos de proteção os funcionários, servidores e colaboradores que prestam atendimento ao público nos órgãos e nas entidades da administração pública, nos Sistemas Penitenciário e Socioeducativo, nos estabelecimentos industriais, comerciais, bancários, rodoviários e metroviários, nas instituições de longa permanência para idosos e nas unidades lotéricas. Aplicando-se também aos serviços de transporte individual e coletivo de passageiros, seja de natureza pública ou privada.

Segundo Aldigueri, os órgãos, entidades e estabelecimentos deverão fornecer gratuitamente os recursos necessários, como as máscaras de proteção. E quem descumprir a medida poderá ser punido por infração à legislação sanitária (Lei Estadual nº 10.760, de 16 de dezembro de 1982), que tem penalidades que vão de advertência e multa à interdição ou cassação de alvará do estabelecimento.

De acordo com o texto, a proposta visa coibir a transmissão do coronavírus (COVID-19), já que alguns estabelecimentos se encontram em funcionamento e, se aprovada, terá duração até o fim do período de calamidade pública decretado pelo Estado do Ceará.

Caixa paga nesta segunda auxílio emergencial a 6,15 milhões de beneficiários do Bolsa Família e inscritos via app e site

Pagamentos para quem recebe Bolsa Família serão creditados de acordo com o número do benefício, e calendário segue até o final do mês.

Caixa Econômica Federal segue com o calendário de pagamentos do auxílio emergencial de R$ 600. Nesta segunda-feira (20), serão creditados os pagamentos para 6.154.392 pessoas, entre beneficiários do Bolsa Família e inscritos via aplicativo e site, que vão receber por meio de poupança digital da CEF.

Até as 21h de sexta-feira, já haviam sido pagos R$ 11,36 bilhões para 16,6 milhões de brasileiros. Entre os que já receberam a primeira parcela do benefício, estão 9,29 milhões de inscritos Cadastro Único que não recebem Bolsa Família; 3,85 milhões de beneficiários do Bolsa Família; e 3,44 milhões de cadastrados via aplicativo e site que já tinham conta poupança na Caixa. No sábado, a Caixa creditou ainda o benefício para outros 1,4 milhão de inscritos via app e site.

Ao todo, 45,2 milhões de pessoas já haviam sido aprovadas para receber o auxílio emergencial, segundo a Dataprev.

São três calendários de pagamento diferentes:

  1. um para quem se inscreveu para receber o Auxílio Emergencial através do aplicativo ou do site do programa;
  2. um segundo para os beneficiários que recebem o Bolsa Família;
  3. e um terceiro para os inscritos no Cadastro Único que não recebem o Bolsa Família e mulheres chefes de família.

Para quem receber via poupança digital da Caixa, os saques em dinheiro começarão a ser liberados a partir do dia 27. Antes disso, no entanto, os recursos poderão ser movimentados digitalmente (veja o calendário ao final desta reportagem).

VEJA O CALENDÁRIO POR GRUPOS DE BENEFICIÁRIOS

1. Inscritos no aplicativo e site

  • Segunda-feira (20):
    – 
    Crédito para 4.230.900 pessoas na Poupança Social Digital Caixa

2. Bolsa Família

  • Segunda-feira (20):
    – 1.923.492 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 3
  • Quarta-feira (22):
    – 1.924.261 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 4
  • Quinta-feira (23):
    – 1.922.522 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 5
  • Sexta-feira (24):
    – 1.919.453 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 6
  • Segunda-feira (27):
    – 1.921.061 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 7
  • Terça-feira (28):
    – 1.917.991 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 8
  • Quarta-feira (29):
    – 1.920.953 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 9
  • Quinta-feira (30):
    – 1.918.047 
    beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 0

3. Inscritos no Cadastro Único que não recebem Bolsa Família

Para os inscritos no CadÚnico e que não fazem parte do programa Bolsa Família, a Caixa já creditou, entre os dias 14 e 17, R$ 6,3 bilhões para 9,3 milhões de brasileiros. Foram abertas mais de 6,4 milhões de contas do tipo poupança social para esse público.

Conta poupança digital

A Caixa está abrindo automaticamente contas de poupança digitais para os beneficiários considerados aptos a receber o auxílio emergencial e que não tenham outra conta bancária nem sejam beneficiários do Bolsa Família.

Os que receberem o crédito por meio da conta digital poderão efetuar transferências ilimitadas entre contas da Caixa ou realizar gratuitamente até três transferências para outros bancos a cada mês, pelos próximos 90 dias. Além disso, podem pagar boletos e contas de água, luz, telefone, entre outras. A conta é isenta de tarifas.

O acesso à conta é feito pelo aplicativo CAIXA Tem, que pode ser baixado na loja de aplicativos dos smartphones neste link.

Saques da poupança digital

Para evitar aglomerações nas agências, a Caixa estabeleceu um calendário para os beneficiários que quiserem sacar em dinheiro o valor depositado nas poupanças digitais abertas para os trabalhadores:

  • 27 de abril – nascidos em janeiro e fevereiro
  • 28 de abril – nascidos em março e abril
  • 29 de abril – nascidos em maio e junho
  • 30 de abril – nascidos julho e agosto
  • 4 de maio – nascidos em setembro e outubro
  • 5 de maio – nascidos em novembro e dezembro

Quem tem direito

Durante três meses, será concedido auxílio emergencial de R$ 600 ao trabalhador que cumpra todos estes requisitos:

  • ser maior de 18 anos de idade com CPF regularizado;
  • não ter emprego formal;
  • não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial, beneficiário do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, à exceção do Bolsa Família;
  • ter renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135);
  • que, no ano de 2018, não tiver recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

O auxílio será cortado caso seja constatado o descumprimento desses requisitos. O trabalhador deve exercer atividade na condição de:

  • microempreendedor individual (MEI);
  • contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social que trabalhe por conta própria;
  • trabalhador informal empregado, autônomo ou desempregado
  • intermitente inativo
  • estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), até 20 de março de 2020
  • ou que se encaixe nos critérios de renda familiar mensal mencionados acima, desde que faça uma autodeclaração pelo site do governo.

A mulher que for mãe e chefe de família e estiver dentro dos demais critérios poderá receber R$ 1,2 mil (duas cotas) por mês.

Na renda familiar, serão considerados todos os rendimentos obtidos por todos os membros que moram na mesma residência, exceto o dinheiro do Bolsa Família.

Quem recebe outro benefício que não seja o Bolsa Família (como seguro-desemprego e aposentadoria) não terá direito ao auxílio emergencial.

Como pedir o auxílio

Os trabalhadores podem pedir das seguintes formas:

VEJA PASSO A PASSO PARA SOLICITAR O AUXÍLIO EMERGENCIAL

O aplicativo e o site devem ser usados pelos trabalhadores que forem Microempreendedores Individuais (MEIs), trabalhadores informais sem registro e contribuintes individuais do INSS.

Aqueles que já recebem o Bolsa Família ou que estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) não precisam se inscrever pelo aplicativo ou site. O pagamento será feito automaticamente. (Clique aqui para ver como saber se você está no Cadastro Único).

A Caixa também disponibilizou o telefone 111 para tirar dúvidas dos trabalhadores sobre o auxílio emergencial. Não será possível se inscrever pelo telefone, apenas tirar dúvidas.

G1

Pais e educadores discutem estratégia de ensino infantil em casa

Com suspensão de aulas, ensino a distância é alternativa não tão fácil

Não. Essa é a resposta categórica da pequena Júlia, de 6 anos, quando questionada se a mãe está sendo boa professora. A menina se divide e diz que gosta de conversar com a professora da escola por vídeo, mas que prefere fazer as atividades impressas pela mãe do que as disponíveis na plataforma online. Essa situação é vivida por muitas crianças dos anos inciais do ensino fundamental que levaram a escola para dentro de casa em meio à suspensão de aulas por causa da pandemia do novo coronavírus.

A mãe de Júlia, Daniela Gaudia, conta que as primeiras semanas de aulas a distância foram mais difíceis, até a filha entender que não estava de férias e precisava se concentrar nos estudos. A escola também ajustou melhor o conteúdo e agora, em cerca de uma hora, as duas conseguem terminar as atividades propostas para o dia. “Eles estão priorizando agora português, inglês e matemática, as outras disciplinas eles fazem uma tarefa multidisciplinar, por exemplo, e está bem mais tranquilo”, disse, explicando que há também 15 minutos diários de encontro online com a professora e os coleguinhas de turma.

De acordo com a educadora Juliana Diniz, é importante estabelecer essa rotina diária de encontros síncronos entre a turma e o professor para manter o vínculo, respeitando o tempo da criança em frente à tela, que não ultrapasse 20 minutos entre intervalos. Criar um ambiente favorável, apoiar o acesso às plataformas e manter uma rotina estruturada também são estratégias que podem potencializar o aprendizado”, disse a diretora pedagógica da Saber, empresa que presta serviços de educação para o ensino básico.

Bases curriculares

Em relação ao conteúdo didático, segundo ela, é hora de ser simples, realinhar as expectativas de aprendizagem e privilegiar aquilo que é fundamental para apoiar as crianças nesse processo de aprendizagem, que são as competências da leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático. “Essas duas frentes são âncoras para o desenvolvimento dos demais componentes curriculares”, explicou.

Mesmo para aquelas famílias que não têm acesso à tecnologia, Juliana ressalta que é importante estimular o desenvolvimento intelectual com estratégias simples e com as ferramentas que a família tem mãos. “Se conseguir estabelecer para as crianças uma rotina de leitura e produção escrita e onde eles possam, na brincadeira, desenvolver o raciocínio lógico-matemático, já temos grandes ganhos”, disse.

Sem aulas regulares, os estabelecimentos de ensino têm adotado a educação a distância (EaD), com uso de computadores, aplicativos e atividades complementares, para dar continuidade à aprendizagem das crianças. Na rede pública, estados e municípios adotaram ainda aulas pela TV aberta para levar conteúdos aos estudantes. Para aquelas que não tem acesso à tecnologia, secretarias de educação estão adaptando kits pedagógicos impressos para enviar às famílias.

Para o professor Luiz Miguel Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), as aulas online na primeira etapa do fundamental devem ter caráter complementar e é importante que a reposição de conteúdo seja feita com o máximo de aulas presenciais, em sábados letivos e horários estendidos. Atividades de contraturno também podem ser enviadas para casa, mas depois que o professor tiver retomado o contato com o aluno.

“Isso vai dar uma qualidade muito maior de aprendizagem, do que encaminhar um material impresso agora para a família ter que lidar com aquilo em casa. Além de não gerar o resultado esperado, pode jogar a autoestima lá embaixo em famílias que ainda estão fazendo o ingresso no mundo da educação formal”, argumentou, ao participar de uma videoconferência organizada pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), nessa semana. Para ele, na fase dos anos iniciais no ensino fundamental, no ciclo de alfabetização, não se deve usar o EaD pois o aluno não está pronto para esse processo, além de outras questões como a exposição a telas.

Passado o período de isolamento social, pós-pandemia, as escolas que adotarem o EaD precisarão fazer um diagnóstico do que foi assimilado e bem aprendido nessa modalidade, e, segundo Juliana Diniz, se necessário, retomar o conteúdo e a prática para preencher possíveis lacunas de aprendizagem. “Por exemplo, as turmas que estão em alfabetização são turmas que demandam uma mediação importante do professor, na aquisição do letramento”, disse. “Dado que esse modelo [de aula online] nunca foi amplamente testado, precisamos ter muita responsabilidade e diligência para aferir aquilo que conseguimos alcançar”, explicou à Agência Brasil.

Dosagem do conteúdo

Para Sara Salenave, mãe de duas crianças, uma de 6 anos e outra de 4 anos, o processo de início das aulas online “foi péssimo”. “Deixei acumular 45 atividades de diversas disciplinas, em duas semanas. Não consigo, não tenho esse tempo livre, estou no meu ritmo de trabalho normal desde que tudo começou”, desabafou, dizendo que se empenharia para colocar as atividades em dia.

Segundo ela, a escola da filha está com um regime mais pesado, com uma grade horária em que os professores ficam online no horário regular de aula, de 7h30 ao meio-dia. “As atividades ficam disponíveis, mas qualquer dúvida, para conversar com o professor, você tem que estar no horário de aula. Eu acho que poderia deixar isso mais simples”, disse. As várias plataformas e senhas para acessar os livros online e as atividades também só confundiram Sara.

Juliana Diniz destaca que a dosagem de conteúdo é importante e que a escolarização continua sendo responsabilidade da escola, não da família. “Uma coisa é a família atuar como mediadora e facilitadora de acesso, outra é vir um volume e demanda de atividades que inviabilize esse trabalho”, disse. Além disso, segundo a educadora, é dever da escola ajudar as famílias a cuidarem da saúde mental e emocional das crianças. “Quando tudo isso passar precisamos estar mais inteiros do que nunca para conseguir reconstruir esse novo normal”, destacou.

Já o presidente da Undime é taxativo: “reproduzir o modelo de aula presencial em uma situação à distância não funciona”, disse Garcia. A entidade é favorável ao uso de tecnologias da informação, mas avalia que é importante respeitar as formas do estudante aprender.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. Para o ensino médio, poderá acontecer por meio de convênios com instituições de educação à distância. E para a educação infantil, não há essa previsão, mas há a expectativa, em meio às ações de enfrentamento da pandemia, de que o ensino a distância seja estendido também a essa etapa para validação da carga horária obrigatória.

Educação infantil

O governo federal determinou que as instituições de ensino estão isentas de cumprirem o mínimo de 200 dias letivos, mas manteve a carga horária, de 800 horas, necessária para completar o ano de estudo. Entretanto, para o presidente da Undime é preciso flexibilizar essa regra na educação infantil, que inclui creches e pré-escolas, e discutir a medida com os conselhos de educação, já que não se sabe quanto tempo vai durar a suspensão das aulas. Essa etapa também precisa ficar de fora da regulamentação de educação à distância, segundo Garcia.

“A educação infantil é o cartão de entrada dessa criança na vida escolarizada. Se não formos eficazes agora, nós estamos condenando uma criança a uma vida inteira de uma impressão ruim da escola. A escola é interação, troca de experiência, é aprendizagem constante uns com os outros. Vamos assumir esse papel, essa pandemia é um momento de aprendizagem, não vamos atropelar e colocar a frieza da lei acima do bom senso”, ressaltou o professor.

Também durante a videoconferência da Jeduca, a educadora Carolina Velho, da Rede Nacional pela Primeira Infância, corroborou os argumentos de Garcia e disse que a aprendizagem nessa etapa é pautada pela brincadeira e interação humana, ligada ao desenvolvimento atual da criança, e deve acontecer em espaço institucional e coletivo. Por isso, não há possibilidade de reposição. “É a única parte da educação básica em que a idade é o processo de educação. A gente não pode voltar para fazer a educação infantil como em outras etapas educacionais”, explicou.

Para Carolina, o uso de EaD nessa fase também pode comprometer o desenvolvimento por causa do tempo de exposição às telas. Ela citou as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre como lidar com as crianças durante a quarentena. O tempo de tela deve respeitar os limites para cada faixa etária e é preciso evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente. Outro documento da entidade, Menos Telas Mais Saúde, descreve as alterações de comportamento e saúde que a exposição excessiva à celulares, tablets e computadores pode provocar nas crianças.

Por isso, segundo Caroline, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem tantos dispositivos dizendo que, na educação infantil, as experiências concretas são fundamentais. “A atividade em frente às telas leva à passividade e ao isolamento. Existe uma distração passiva, por isso precisa da mediação do adulto”, disse.

Juliana Diniz, diretora pedagógica da Saber, disse que a orientação para a educação infantil é garantir o contato com a professora em encontros online, de duas a três vezes por semana, e disponibilizar um conjunto de atividades, brincadeiras, orientações em artes e atividades corporais para as crianças realizarem ao longo da semana. “A nossa grande conquista é conseguir garantir um roteiro de trabalho junto das famílias que ajuda as crianças a manterem uma rotina que seja leve e saudável, mais uma rotina de produção intelectual e saúde mental para poder passar por essa fase”, explicou.

Para Luciana Heringer, mãe de crianças de 6 anos e de 12 anos, as aulas online são importantes para manter o vínculo com a escola e colegas e manter a rotina da casa, de dormir e acordar cedo. “A parte mais difícil é fazer as tarefas, vai muito tempo. Não é fácil e creio que, na volta à normalidade, veremos o trabalho da escola e principalmente dos professores com outro olhar”, destacou.

Agencia Brasil

Camilo Santana prorroga isolamento social no Ceará até 5 de maio

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou na noite deste domingo, 19, nova prorrogação do decreto de suspensão de atividades não essenciais e isolamento social no Ceará em decorrência do avanço da pandemia do novo coronavírus. Desta vez, o distanciamento social segue por mais 15 dias, até 5 de maio. O atual decreto, que expira no fim da próxima segunda-feira, 20, será renovado automaticamente.

“Informo aos cearenses que estou prorrogando por mais 15 dias mantendo as restrições dos decretos anteriores, e reforçando medidas de proteção nos serviços essenciais que já funcionam, como bancos, lotéricas, supermercados e farmácias. O uso de máscara será obrigatório a todos os funcionários desses estabelecimentos, além de mais rigor nas regras para evitar aglomerações”, escreveu Camilo.

O chefe do Executivo havia antecipado no último sábado, em transmissão nas redes sociais, a continuidade do decreto baseado em conversas com equipe de especialistas que o orienta sobre prolongamento da ação. Há um mês, Camilo decretou distanciamento pela primeira vez no Estado e seguiu com uma série de medidas para amenizar efeitos da crise socioeconômica. Segundo Camilo, o Ceará está realizando 700 testes de coronavírus por dia e que trabalha pela ampliação do número.

Camilo tem realizado reuniões com o setor produtivo para buscar soluções que amenizem o efeito da pandemia e garantam a manutenção dos empregos. Mas adiantou que não tomará decisões sem orientação de especialistas e destacou a importância da Ciência.

Dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgados às 15h30 deste domingo, apontam a doença já infectou ao menos 3.252 pessoas e causou 186 mortes. Deste total, 2.658 casos estão em Fortaleza, seguida de longe por municípios da Região Metropolitana como Caucaia (79), Maracanaú (70) Aquiraz (38) e Eusébio (29) casos confirmados.

O POVO