Granja perde um filho ilustre: Luiz Xavier de Oliveira

 

 

Faleceu hoje(17) em sua residência o ex-prefeito de Granja, Luiz Xavier Oliveira.

 

Luiz Oliveira era casado com a professora Maria Elisa Xavier Oliveira, cujo enlace nasceram dois filhos :Luiz Xavier Oliveira Filho e Sérgio Xavier Oliveira. Empresário e político, ” Luizão”, como era conhecido, foi prefeito de Granja no mandato de 1971 a 1973.

 

Homem pacato, inteligente e íntegro deixa um imenso legado de amizade.

 

Seu sepultamento ocorrerá às 16:30 horas de hoje no Cemitério São João Batista em Granja, terra em que nasceu, viveu e tanto amou.

Polícia investiga suspeito de agredir travesti em Iguatu

O homem estava se relacionando com a vítima e se recusou a pagar um programa

 

 

Um inquérito policial foi instaurado na Delegacia Regional de Iguatu para investigar um caso de agressão contra uma travesti, identificada como Fabrícia de Oliveira, 37. O caso ocorreu na noite da última terça-feira (11). O caso ganhou repercussão hoje porque o vídeo do ataque ser compartilhado por redes sociais.

 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o homem estava se relacionando com a vítima e se recusou a pagar um programa. Segundo informações do  Blog Diário Centro-Sul, os dois já tinham se relacionado outras vezes. A Pasta afirma que populares que passavam pelo local evitaram que as agressões continuassem.

 

O vídeo que circula nas redes sociais mostra o homem segurando os braços da travesti, que está ao chão, na avenida Perimetral. Uma mulher, que está gravando, passa pelo local e pede para o homem soltar a vítima.

 

Fabrícia de Oliveira registrou Boletim de Ocorrência (B.O) e foi ouvida por autoridades policiais.  “Estou abalada, cheia de hematomas”, relatou.  O suspeito foi identificado pela Polícia e intimado a prestar depoimento nos próximos dias. .O caso deverá ser acompanhado pela Comissão de Diversidade Sexual da subseção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Iguatu. Fabrícia trabalha como garota de programa desde os 18 anos

 

DN

Granja Inauguração da nova praça Francisco Simão

 

 

A Prefeita de Granja e o Governo do Estado do Ceará, entregaram ontem, a população granjense, a nova praça Francisco Simão. Totalmente vitalizada, a nova praça conta com espaços de brinquedopraça e academia ao ar livre, projetos do Governo do Estado. Os Bairros Alto dos Pescadores, Alto do Cristo e Cachoeira, são os beneficiados diretamente com mais esse espaço de lazer pra criançada e melhor idade.

 

“Que a população possa cuidar, amar e zelar por esse espaço, que é de todos. A praça é de vocês. Cuidem. Usem-a, brinquem, façam atividades na academia. Queremos que esse espaço seja um local de encontro das famílias, que possam se reunir no final da tarde, a noite, e se divertirem. O sentimento de pertencimento, é isso que esperamos de todos vocês. A praça esta linda.” – ressalta a Prefeita Amanda Aldigueri.

 

Granja – lançamento do Cartão Mais Infância

 

 

A Prefeita de Granja, Amanda Aldigueri, juntamente com a Primeira Dama do Estado, Onélia Santana, fizeram ontem(13) o lançamento do Cartão Mais Infância no Município. A solenidade ocorreu às 15 horas no Clube Arrudão.

 

O programa Estadual estabelece um auxílio financeiro de renda por meio do “Cartão Mais Infância Ceará”, no valor de R$ 85,00 por família beneficiada. Em Granja, o programa irá beneficiar cerca de 1300 famílias granjenses.

 

O cartão é mais uma ação do Programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama do Estado, Onélia Santana, em prol do desenvolvimento das crianças cearenses. O benefício de R$ 85 mensais é pago a famílias cearenses com crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, incluídas no cadastro único para programas sociais do Governo Federal (CadÚnico). O total anual do benefício é de cerca de R$ 50 milhões.

 

Centrais sindicais, estudantes e professores vão às ruas contra Reforma da Previdência e cortes na Educação

De acordo com a Fetamce, 57 cidades aderiram à greve no Ceará

 

Centrais sindicais, estudantes e professores de Fortaleza aderiram à greve nacional contra a reforma da Previdência e corte de verbas para a Educação, nesta sexta-feira, 14. Antes de sair às ruas, servidores municipais se reuniram na sede do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort) e seguiram para a Marcha dos Trabalhadores, na Praça da Bandeira, local onde foi realizada a concentração do ato.

 

A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) informou que 57 municípios do Ceará aderiram ao ato.

 

Na Avenida da Universidade, no Benfica, o trânsito foi bloqueado. Na avenida 13 de Maio, veículos transitam com lentidão. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e policiais do Batalhão de Choque estão no local. Agentes de operação do Sindiônibus, que orientam o desvio, contabilizaram cerca de 20 coletivos que tiveram pneus furados.

 

Com o engarrafamento, as pessoas chegaram a descer dos ônibus fora das paradas, na chuva, para tentar chegar mais rápido ao destino. Coletivos que deveriam seguir para a Avenida da Universidade pegaram desvio pela avenida João Pessoa. Grupo de manifestantes ocupou também a Praça do Otávio Bonfim, no bairro Farias Brito.

É regular a movimentação comercial no Centro, com poucas lojas fechadas. Avenidas de intenso tráfego, como Duque de Caxias e Heráclito Graça, seguem com fluxo normal de ônibus.

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Manifestantes reunidos na praça da Bandeira para protestar em defesa da aposentadoria e educação.

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Interior

Protestos e paralisações também ocorrem no Interior do Estado. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no quilômetro 309 da BR-020, em Canindé, ocorreu uma interdição total da via. Cerca de 250 manifestantes protestam de forma pacífica. A rodovia foi liberada completamente por volta das 9h30min, mas equipes da PRF seguem monitorando o local.

Houve mobilização em municípios como Sobral, Coreaú e Icapuí, onde manifestantes seguram cartazes com dizeres como “nenhum direito a menos”, “golpe contra a mulher” e “Lula livre”. Em Limoeiro do Norte, manifestantes levantaram cartazes com as frases “ditadura nunca mais” e “em luta contra a Reforma da Previdência”. No Terminal Portuário do Pecém, trabalhadores também pararam.

Segundo organizadores, a greve geral no Cariri reúne cerca de 9 mil pessoas. Instituições sindicais e estudantes de 20 municípios caririenses se concentraram em frente à Coordenadoria Regional de Educação, Crede 19.

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Segundo organizadores, no Cariri reúne cerca de 9 mil pessoas. Instituições sindicais e de estudantes de 20 municípios caririenses se concentraram em frente à Coordenadoria Regional de Educação, Crede 19.

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Pautas do protesto

Presidente do Sindifort e dirigente da Intersindical-CE, Nascelia Silva afirma que “Bolsonaro propõe a destruição da principal política pública de distribuição de renda e de assistência social do País, que funciona também como um dos motores principais da atividade econômica no Brasil”. Entre as pautas do protesto estão a reforma da Previdência e a PEC 873, que impede o desconto em folha da contribuição sindical.

A dimensão da greve

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra, 102 sindicatos aderiram ao ato. No Ceará, isso reflete em 10 mil bancários e 700 agências, estima o presidente sindical. Anízio Melo, presidente da Apeoc, garante que “100% dos professores do Ceará paralisaram” as atividades.

Para o secretário-geral do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, Sebastião do Nascimento, a manifestação tem um significado importante não só para o fortalecimento dos direitos dos trabalhadores, mas também para a garantia dos investimentos na Educação. Ele diz também que, “no tocando à Reforma da Previdência, há um ataque direto aos mais pobres”.

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Manifestantes reunidos na praça da Bandeira para protestar em defesa da aposentadoria e educação.

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“A adesão dos comerciários é complexa porque trata-se de uma atividade privada no qual os trabalhadores estão sendo reprimidos todos os dias”, afirma Sebastião do Nascimento. “Mas nossa avaliação feita nas assembleias setorizadas é que 30 % do comércio de Fortaleza está fechado”. Ele afirma que a maior parte dos pontos comerciais fechados estão na periferia e no Centro da cidade.

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Neste dia de greve geral em Fortaleza, manifestantes vão aderindo ao som de um funk contra o governo federal.

Saiba mais: http://bit.ly/2ZsOmRr 

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Granja ganha academia ao ar livre

 

 

Inauguração ocorrerá na quinta-feira  (13)

 

A Prefeita de Granja, Amanda Aldigueri, visitou a instalação dos equipamentos da academia ao ar livre, na nova praça Francisco Simão. O espaço totalmente revitalizado será ponto de encontro para praticas de atividades físicas.

 

A nova praça ganhará também uma Brinquedopraça.

 

“Estes novos equipamentos serão inaugurados na quinta-feira, 13 de junho, as 17h, beneficiando os bairros Alto dos Pescadores, Alto do Cristo e Cachoeira. São exclusivamente para os granjenses, que devem cuidar e manter cada peça da academia e os brinquedos da Brinquedopraça. Acho que o sentimento de pertencimento é o que fortalece este cuidado, e isto é o que nós queremos criar nestes novos espaços”, ressalta a Prefeita.

 

Consórcios de saúde recebem milhões sem prestar contas

Após demora, Tribunal de Contas do Estado vai colocar uma lupa nos gastos dos órgãos que viraram alvo de disputa por poder político no interior, entre grupos rivais

 

 

Alvo de disputa entre políticos no interior do Estado, os consórcios de saúde – que administram equipamentos como as Policlínicas e os Centros de Especialidades Odontológicas em parceria do Estado com os municípios – estão envoltos em novas suspeitas por parte dos órgãos de controle. Os 21 consórcios recebem altas quantias em verbas públicas, mas nenhum deles prestou contas de maneira adequada de acordo com as exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE-CE).

 

Só no ano passado, o Estado repassou às gestões um total de R$ 105 milhões e, agora, o TCE-CE promete passar uma lupa nas contas dos consórcios. Na análise das contas do governador Camilo Santana (PT) do ano passado, uma das ressalvas feitas pelo órgão de controle externo foi justamente a prestação de contas deficiente dos consórcios públicos de saúde, algo que vem se repetindo nas observações dos técnicos da Corte desde 2014, ou seja, um problema recorrente.

 

As ponderações apresentadas mostram também que o TCE demorou para tomar uma providência a respeito da situação. Desde março, o Diário do Nordeste vem mostrando os problemas nos consórcios como denúncias de uso político dos equipamentos que são presididos por prefeitos e a dor de cabeça do Governo do Estado para acomodar aliados.

 

Em alguns consórcios, a disputa acontece dentro da base de apoio de Camilo. Em abril, a Secretaria de Saúde do Estado publicou novas normas técnicas para a eleição dos presidentes dos consórcios e também da gestão dos serviços de saúde dentro das unidades.

 

Agora, anos depois de apontar os primeiros problemas, o TCE decidiu apressar o passo. Hoje, o tribunal e a Controladoria-Geral do Estado do Ceará (CGE-CE) irão reunir-se às 9h, na sede da Corte de Contas, para preparar uma série de fiscalizações nos equipamentos de saúde do Estado.

 

“A disponibilização dos demonstrativos é deficiente e quando existe ainda incompleta”, aponta o relatório técnico das contas do governador de 2018, que embasou o parecer enviado para análise da Assembleia Legislativa no fim de maio com sugestão de aprovação com ressalvas.

 

Há, de acordo com a Corte, uma piora na transparência. “Observando o exercício de 2017, verifica-se, em 2018, considerável redução dos percentuais que, naquele ano, já eram baixos, mas que atualmente encontram-se todos abaixo de 50%”, aponta o relatório.

 

Segundo o texto, em 2018, nenhum consórcio disponibilizou todos os documentos em seu site para a prestação de contas. Ao todo, sete dos 21 consórcios não disponibilizaram nenhum documento. No caso de Canindé, o portal estava em manutenção.

 

A disponibilização de documentos para a prestação de contas – como os relatórios de Gestão Fiscal (RGF), Resumido de Execução Orçamentária e Financeira (RREO), orçamento previsto e o contrato de rateio do consórcio – na internet não é apenas uma medida simpática. Ela é uma determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

 

Desde, pelo menos, 2014, o TCE-CE vem queixando-se de falhas nas prestações de contas dos consórcios. “Restou evidente a falha na classificação orçamentária das transferências aos Consórcios Públicos pelo Estado e que a maioria dos Consórcios não apresentou as informações de forma individualizada por Ente Consorciado”, aponta o relatório técnico daquele ano. E, desde o parecer às contas de 2016, a Corte faz recomendações à prestação de contas.

 

No relatório técnico apresentado no fim de maio, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) informou que está implantando medidas para melhorar a prestação de informações relacionadas aos equipamentos de saúde.

 

A própria Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) já iniciou um esforço para fiscalizar a atuação dos equipamentos. No dia 18 de abril, o secretário executivo de Vigilância e Regulação da Pasta, Marcos Gadelha, informou que havia enviado ao Ministério Público do Estado do Ceará e ao TCE os relatórios de auditoria de alguns consórcios referentes ao ano passado.

 

Disputa

 

O pedido de fiscalização partiu de uma disputa política na Assembleia. O embate político em torno dos consórcios gerou uma batalha de requerimentos na Casa. Isso fez chegar à CGE-CE e TCE-CE pedidos para a auditoria das contas de consórcios. “Chegamos à conclusão de que iríamos fazer o mesmo trabalho”, explica o secretário de Controle Externo do TCE, Raimir Holanda. O encontro desta segunda-feira é apenas o primeiro passo da fiscalização. “Dessa reunião, provavelmente, já sai um calendário de todas as etapas”, detalha o técnico.

 

Irregularidades

 

Procurada, a CGE-CE preferiu manifestar-se por nota. A reportagem perguntou por e-mail se, nos últimos anos, alguma irregularidade havia sido encontrada e de que maneira a fiscalização dos consórcios de saúde era feita. O órgão optou por não responder sobre o tema, mas falou sobre a fiscalização que fará em conjunto com o TCE-CE.

 

“A CGE está realizando atividade de auditoria em consorcio público da área de saúde, no Estado do Ceará, encontrando-se presentemente na fase de planejamento dessa atividade”, declarou a Pasta. Nesse primeiro momento, deve acontecer um levantamento de contexto e análise de documentação como parte da preparação para os trabalhos. A expectativa é que essa fase de</CW> planejamento seja concluída ainda em junho.

 

DN

Mais Médicos: profissionais tem até segunda-feira para indicar municípios de atuação

 

 

Os profissionais aptos a participar do Programa Mais Médicos já podem indicar os municípios onde têm interesse de trabalhar. De acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira, 7, pelo Ministério da Saúde, os médicos têm até as 12h da próxima segunda-feira (10), para acessar o site do programa e fazer suas indicações. São oferecidas 2.149 vagas em 1.130 municípios com os maiores índices de vulnerabilidade social do país nos 26 estados da Federação, exceto no Distrito Federal, além de 13 distritos sanitários especiais indígenas (DSEIS).

 

Conforme o ministério,a primeira fase do 18º ciclo do programa dá prioridade à participação de profissionais formados e habilitados com registro em conselhos regionais de Medicina (CRM) de estados brasileiros. Para garantir a imparcialidade na escolha dos profissionais, tiveram preferência na classificação médicos com perfil de atendimento para a atenção primária, com títulos de especialista ou residência médica em medicina da família e comunidade.

 

Caso sobrem vagas, serão oferecidas aos profissionais brasileiros formados em outros países e que já tenham habilitação para o exercício da medicina no exterior. A previsão do Ministério da Saúde é que os médicos comecem a atuar nas unidades de saúde em junho deste ano.

 

O povo

Saúde de Camocim: “é uma falta de respeito muito grande com a população”, afirmou o radialista da Pinto Martins

“Estão dando prioridade para coisas supérfluas, coisas pequenas enquanto a população sofre”

 

 

O Radialista Irlo Júnior, apresentador do Grande Jornal da 98, da FM Pinto Martins, na edição da última quinta-feira (06), disparou contra a Secretaria da Saúde de Camocim, que não tem cumprido o seu dever de bem servir a população de Camocim. Falta de médicos e medicamentos nas unidades da saúde. “É uma descaso”,

 

“Quem tem o dinheiro, quem tem um poder aquisitivo melhor, consegue pagar uma consulta particular, e quem não tem?”, questionou o radialista acrescentando: “que situação precária, que falta de respeito!”.

 

“Muitos camocinenses são humilhados quase todos os dias, principalmente quando o assunto é saúde pública”, pontou. ” Você, para marcar uma  ficha hoje, é uma burocracia grande, e quando consegue ser atendido é outro sofrimento. Depois vem outro sofrimento: cadê o medicamento? ”

 

O radialista também refletiu sobre a importância da população “avaliar melhor nossos representantes para depois não quebrarmos a cara.” E destacou que o governo municipal está dando prioridades para “coisas supérfluas, coisas pequenas, enquanto a população sofre com falta de emprego, educação precária e saúde”.

 

Confira o vídeo acima.

 

Carlos Jardel

Ceará tem, em média, 87 internações involuntárias de dependentes químicos por mês

A Lei Federal 13.840/19 entrou em vigor nesta semana e aumentou as possibilidades de internações compulsórias de pessoas que fazem uso abusivo de drogas. A eficácia do tratamento gera discussão entre especialistas

 

 

Não há soluções simples para um problema absolutamente complexo. O uso abusivo de drogas e seus efeitos são sentidos cotidianamente por dependentes químicos e quem os rodeia. Dramas humanos. A mudança da situação requer prioritariamente que pessoas que fazem uso abusivo de drogas queiram tratamento. Na ausência dessa possibilidade, interná-las contra a vontade gera discussões.

 

No Ceará, em 2019, a média mensal, entre janeiro e maio, foi de 87 internações involuntárias de dependentes químicos em hospitais psiquiátricos e clínicas de reabilitação, segundo a Secretaria Executiva da Saúde Mental vinculada à Secretaria da Saúde. Esta semana, a Lei Federal 13.840/19 entrou em vigor e ampliou as possibilidades de internações desse tipo no Brasil.

 

Mas, qual o efeito dessas internações para quem recusa o tratamento? O que muda com a nova lei? Segundo a Secretaria Executiva de Saúde Mental vinculada, neste ano, entre janeiro e maio, o Ceará teve 3.294 internações psiquiátricas involuntárias. Destas, 438 foram motivadas por dependência química. O equivalente a 13,3% do total. Embora questionada, a Pasta não forneceu dados sobre o total de internações voluntárias nesse mesmo período no Estado.

 

Mudanças

 

A aprovação da nova lei, além de aumentar o foco no tipo de internação que deveria ser uma exceção, amplia o rol de pessoas que podem solicitar internações do tipo. Antes somente familiares e responsáveis legais poderiam demandar as internações sem o consentimento do paciente. Agora, esta possibilidade foi estendida a profissionais da saúde, da assistência social e aqueles que integram o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). A restrição aplica-se aos servidores da área da Segurança Pública.

 

O psiquiatra e professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), David Lucena, explica que a experiência médica demonstra que no caso do uso abusivo de drogas, geralmente, a internação voluntária tem um desfecho melhor em longo prazo, enquanto a involuntária apresenta mais dificuldades.

 

“Aquela pessoa que vai voluntariamente se internar, ela tem um menor potencial de recair na droga, mas mesmo assim ainda é alto. A internação involuntária para o uso de drogas é um pouco questionável porque se o indivíduo vai sem o juízo crítico, em uma fase que a gente chama de pré-contemplação, ele não está nem contemplando a possibilidade de parar de usar. Se ele é internado involuntariamente, na maioria das vezes, quando tem alta, ele volta a usar”.

 

Porém, pondera ele, em casos extremos, a pessoa que faz uso problemático de drogas está “completamente entregue a essa condição” e a internação involuntária pode ser uma possibilidade. “Principalmente quando a pessoa está em risco de vida ou está colocando outras pessoas em situações vexatórias”, explica.

 

Causas

 

David acrescenta que as principais drogas consumidas de modo problemático pela população no Ceará são bebida, crack, cocaína, maconha e algumas medicações como os benzodiazepínicos (usada para tratar sintomas da ansiedade). Muitas vezes, ressalta ele, os pacientes consomem múltiplas drogas.

 

No Hospital de Saúde Mental de Messejana, em Fortaleza, segundo a assessoria de comunicação, os transtornos decorrentes do uso de múltiplas drogas são uma das principais causas de internação. Embora a reportagem tenha solicitado dados discriminados sobre a quantidade de internações psiquiátricas voluntárias, involuntárias e compulsórias de pessoas com dependência química na unidade, estas informações não foram concedidas pelo hospital até o fechamento desta edição.

 

Para a professora da Universidade de Brasília (UNB) e membro do Conselho Consultivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Andrea Gallassi, exemplos históricos e científicos demonstram que, não só no Brasil, mas em outros países, “a força não é a melhor estratégia para cuidar de pessoas que sofrem com esse problema social complexo”.

 

Ela avalia que há, por parte daqueles que defendem a abstinência total, uma tentativa de argumentação contrária à perspectiva de redução de danos (aquela que concebe que os pacientes em processo terapêutico ainda podem fazer uso de drogas, visto que há uma grande dificuldade em parar completamente). Este argumento, explica ela, quer criar uma visão de que a redução de danos é permissiva com o uso da droga. Mas, pondera ela, “isto não é real”.

 

“A internação involuntária provoca ainda mais repulsa ao tratamento. Na redução de danos você tem que trabalhar a motivação do paciente para ele querer se tratar. Estimular ele a pensar, ajudá-lo a refletir sobre os benefícios que o não uso pode trazer no trabalho, na família. É a motivação que deve ser usada como ingrediente básico”.

 

Conforme avaliação da pesquisadora, o investimento na abordagem motivacional psicossocial que se contrapõem à internação involuntária é um processo demorado e, na maioria das vezes, não produz resultados imediatos, por isso, não é o foco das decisões.

 

Rede Estadual

 

A titular da recém-criada Secretaria Executiva de Saúde Mental do Ceará, psiquiatra Lisiane Cysne, avalia que adoção da norma está vinculada às perspectivas de abstinência em detrimento da possibilidade de redução de danos, cuja abstinência é uma consequência. A secretária ressalta que nas unidades da rede estadual, a internação involuntária não é algo que se propõe. Questionada sobre os possíveis efeitos da adoção desta nova orientação para o tratamento ofertado na rede estadual, a secretária Lisiane Cysne preferiu não fazer nenhuma avaliação.

 

 

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