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Pico Alto de Guaramiranga vira parque estadual; veja o que deve mudar

O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, no Crato, também foi transformado em parque estadual

Um decreto estadual institui a criação do Parque Estadual do Pico Alto, em Guaramiranga. Publicado nesta semana, no Diário Oficial do Estado (DOE), o texto é o primeiro passo para a execução do projeto de preservação da área, incluindo o controle do fluxo turístico. 

Neste primeiro momento, será definido um conselho gestor consultivo para definir um Plano de Manejo da Unidade de Conservação (UC). Farão parte os representantes de órgãos, de entidades da administração estadual, da sociedade civil e das comunidades no entorno do equipamento. 

O documento técnico, que terá um prazo de cinco anos para ser concluído e aprovado (a contar da data de publicação), determinará quais as mudanças necessárias e viáveis para a execução do plano.

Dentre elas, normas de zoneamento, do uso e a implantação de estruturas físicas. 

QUAIS MUDANÇAS DEVEM OCORRER?

CONTROLE DE VISITANTES 

Conforme o texto publicado, haverá o controle e o ordenamento de acesso de visitantes na área do Pico Alto. A medida tem o intuito de garantir um turismo seguro e sustentável. 

O Diário do Nordeste questionou à Secretaria do Meio Ambiente (Sema) como essa medida será aplicada, se haverá cobrança de taxa para o público, por exemplo, mas a pasta ponderou que essas questões ainda serão definidas no Plano de Manejo da Unidade de Conservação (UC). 

IMPACTOS PARA A COMUNIDADE  

Conforme o documento, a Sema tem o prazo de um ano para entregar um levantamento fundiário das ocupações e moradias no limite do parque. Segundo a pasta, não haverá impactos para comunidade no entorno.

Mas, conforme informou, está prevista uma desapropriação em uma área no próprio Parque, de 3,2 hectares (ha). O rito administrativo legal já foi iniciado com a avaliação do imóvel. 

Além disso, o texto prevê a integração das comunidades do entorno nas ações e atividades do Parque, visando o desenvolvimento do turismo de base comunitária. 

DEFINIÇÃO DO TAMANHO DO PARQUE 

Localizado no Sítio Cocão, no município de Guaramiranga, o Parque Estadual do Pico Alto tem área de 72,53ha e perímetro de 5.343,57 metros, conforme prevê o documento. 

PRESERVAÇÃO DAS ESPÉCIES 

Print do estudo mostrando as espécies ameaçadas
Foto: Reprodução Sema

A criação Parque Nacional do Pico Alto ajudará a proteger espécies da fauna. O estudo de criação já identificou quantas e quais espécies. Veja: 

  • 20 espécies de aves ameaçadas. Ex.: Odontophorus capueira (uru), Pyrrhura griseipectus (periquito cara-suja), Xiphorhynchus atlanticus (arapaçu-rajado-do-nordeste), Pipra fasciicauda (uirapuru-laranja);
  • 8 mamíferos. Ex.; Mazama gouazoubira (veado), Leopardus emiliae (tigrinus) (gato-do-mato), Puma concolor (onça parda);
  • 2 anfíbios. Ex.: Rhinella casconi (sapo-do-folhiço-de-baturité) e Rhinella gildae (gildae);
  • 6 répteis. Ex.: Lachesis muta (malha-de-fogo), Leposoma baturitensis (calango)..
     

PARQUE ESTADUAL DO CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO

O Parque Estadual do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, no município cearense de Crato, também foi instituído em decreto na última quarta-feira (14). 

Neste caso, além da preservação da área e do reflorestamento, o documento prevê instrumentos de gestão para a adequação das romarias anuais e as visitações.

Conforme a Sema, o Sítio Caldeirão também representa uma das áreas de maior interesse patrimonial no contexto histórico-cultural cearense.

Entre os anos de 1928 e 1937, a região foi cenário de uma experiência comunitária fundamentada na autogestão e na religiosidade popular, com um ciclo produtivo baseado na agricultura e na pecuária, voltado para subsistência.

O movimento foi liderado por José Lourenço Gomes da Silva, o Beato José Lourenço.

DN

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