Estado é o segundo maior produtor de resíduos sólidos do Nordeste e quinto em todo o País.
A cada dia, os cearenses produzem 9.060 toneladas de lixo. É a segunda maior quantidade de resíduos sólidos urbanos na região Nordeste e a quinta mais elevada do País. Fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia – unidades da Federação com número de habitantes bem maior do que o Ceará. Existem, inclusive, Estados mais populosos, como é o caso do Rio Grande do Sul e Paraná, segundo o Censo do IBGE de 2010, onde é gerado menos lixo do que em solo cearense.
O destino final dos resíduos sólidos no Brasil ainda é a natureza. Diante disso, a PNRS estabeleceu um prazo para as nossas cidades resolverem a questão por meio da construção de novos aterros sanitários Foto: Miguel Portela / Agência Diário
Desse montante de lixo produzido diariamente no Estado, apenas 35% recebe destino ecologicamente correto. Apesar de ainda ser considerado um percentual bem abaixo do ideal, esse índice é o terceiro melhor dentre todos os nove Estados da região Nordeste. Fica abaixo somente de Pernambuco e Sergipe, com respectivamente 36% e 39%.
Os dados são da 10ª edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), e foram divulgados nesta semana pela entidade.
De acordo com o levantamento, 38 mil toneladas de lixo por dia não possuem destinação adequada no Nordeste, região com quantidade mais expressiva do País. Desse total, 11.668 toneladas de resíduos sólidos urbanos sequer são coletados. O Ceará é responsável por 16,3% de todo o lixo produzido pelos nordestinos e que não passa por tipo algum de coleta.
Na avaliação do diretor Executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho, os avanços têm sido considerados pequenos no Brasil no que diz respeito ao destino adequado dos resíduos sólidos. “Apesar de o número de cidades que fazem uso diretamente de lixões, a pior forma de destinação de resíduos, ter caído cerca de 2% de 2001 para 2012, há muito que se fazer para superar os déficits encontrados da destinação final”, afirma Carlos Silva Filho, referindo-se a mais de 3 mil municípios no País, ou seja, mais que a metade das cidades brasileiras, que encaminham seus resíduos para lixões e aterros controlados, os quais, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos próprios lixões.
A discussão e a polêmica acerca do destino final dos resíduos sólidos tendem a crescer ainda mais com a aproximação do prazo estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que determina o fim dos lixões ou outros tipos de coletas ambientalmente inadequadas em todos os municípios brasileiros.
O objetivo da lei sancionada pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, em agosto de 2010, é criar aterros sanitários em um número maior de municípios espalhados pelo território brasileiro a fim de reduzir a agressão ao meio ambiente.
A norma determina também que não poderá ser destinado ao aterro o que pode ser reciclado. Os prefeitos têm até agosto de 2014 para se adequarem.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER