A conta de água passará por novo aumento a partir do dia 23 de abril. O valor do reajuste estabelecido pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é de 11,96% nas tarifas cobradas nos municípios atendidos pela empresa. A nova taxa foi divulgada quatro meses após o último aumento no valor da conta, debitado desde dezembro do ano passado.
Segundo Neuri Freitas, presidente da Cagece, o percentual foi calculado com objetivo de que a aplicação da tarifa média de água e esgoto chegue a R$ 3,03 por m³ — valor autorizado pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce).
“A tarifa que cobramos em novembro não foi o suficiente para cobrir os custos da operação. Atualmente só chegamos ao valor de R$ 2,71 por m³. No período, nós cobramos um percentual menor que o autorizado com a expectativa de garantir os recursos”, justifica Freitas. Além disso, o presidente contou que a empresa aguardava uma boa estação chuvosa para o reabastecimento. “Mas isso não ocorreu e agora solicitamos a recomposição desses 11,96%”, afirma.
Desde o anúncio do último reajuste, o estudante universitário Wilton Rebouças, 20, revisou vazamentos e mudou os hábitos de consumo em casa para adequar-se aos novos valores. “Moro sozinho com minha mãe, passamos quase o dia inteiro fora de casa e ainda assim tentamos economizar, mas com esse novo valor vai ser bem complicado para permanecer na média de gastos com água, já que a tarifa é relativamente alta, principalmente para quem consome mais”, diz.
Custos
A Cagece informou que os custos de tratamento e de operação tiveram aumento nos últimos dois anos, principalmente em decorrência do agravamento da estiagem enfrentada no Estado.
Outra dificuldade levantada pela companhia foi a de insumos como energia elétrica e produtos químicos, uma vez que a situação de escassez encarece o tratamento da água. “O valor da inflação foi outro custo avaliado por nós. Precisamos manter um equilíbrio entre as despesas e a receita”, explica Neuri.
Tarifas
Em dezembro do ano passado, os consumidores tiveram de pagar aumento médio proporcional de 12,9% na fatura. Além disso, no mesmo período, começou a valer a tarifa de contingência, que continuará a ser cobrada mesmo com o novo aumento. Quem não economizar pelo menos 10% do consumo médio — calculado de outubro de 2014 a setembro de 2015 — passa a pagar multa de 120% sobre o excesso.
Saiba mais
Em fevereiro, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon) instaurou procedimento administrativo de ofício contra a Cagece.. O órgão pedia que a companhia apresentasse os cálculos sobre a cobrança da tarifa de contingência, anunciada em dezembro passado.
A denúncia dos consumidores era de que a empresa não estava considerando as casas decimais na hora de calcular a média estabelecida, o que estaria gerando cobranças indevidas.
Informações O povo