Barros explicou ainda que os Ministérios da Cidadania e da Economia estão analisando como será esse novo auxílio emergencial em 2021, tendo em vista que deve se encaixar no plano fiscal do governo
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP), disse que o auxílio emergencial não deve voltar a ser pago da mesma forma que aconteceu em 2020. Para ele, o governo precisa revisar a forma de pagamento do benefício.
“Não temos mais decreto de calamidade pública e orçamento de guerra. Isso pressupõe que não teremos auxílio emergencial no formato que foi entregue. O governo vai atender as pessoas que não estão podendo desempenhar sua atividade econômica por conta da pandemia, mas hoje são muito menos pessoas que dependem de fato. O atendimento não pode ser individual. Tivemos quatro pessoas da mesma família recebendo. É preciso haver revisão“, analisou Barros.
Novo auxílio em análise
Além disso, Barros explicou ainda que os Ministérios da Cidadania e da Economia estão analisando como será esse novo auxílio emergencial, tendo em vista que deve se encaixar no plano fiscal do governo. Quanto a isso, Barros mostrou otimismo sobre a aprovação da proposta.
“O desenho inicial era criar espaço fiscal a partir da PEC Emergencial. Esse é um caminho, mas equipe econômica e Parlamento podem ter outras ideias. Havendo equação harmônica, rapidamente a proposta passa”, apostou Barros.
Com o fim do auxílio emergencial em dezembro do ano passado, vários projetos no Congresso Nacional foram desenvolvidos para substituir. Ao todo, nove projetos foram apresentados no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) para apreciação dos parlamentares. Apesar de buscar o mesmo objetivo, os projetos têm detalhes distintos, como os prazos de extensão do benefício.
Confira nove projetos que propõem a prorrogação do benefício
Câmara dos Deputados
Projeto de Lei 5.509/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 31 março de 2021
- Situação: Aguardando despacho do presidente da Câmara
De autoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), o Projeto de Lei 5.509/20 busca prorrogar o pagamento do auxílio emergencial com parcelas de R$ 600 até o fim de março deste ano.
Segundo o autor, o benefício serviria para “garantir dignidade a milhões de brasileiros sem emprego”.
“Nesse momento tão difícil da vida do País e dos brasileiros, cabe ao Congresso Nacional exercer seu papel com responsabilidade e altivez, propondo iniciativas que possam nos conduzir para a saída desta grave crise sem sobressaltos institucionais”, ressalta Pompeo.
Projeto de Lei 5.536/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 31 março de 2021
- Situação: Aguardando despacho do presidente da Câmara
Com uma proposta semelhante, o Projeto de Lei 5.650/20 busca prorrogar o auxílio até o dia 31 de março, com parcelas no valor de R$ 600.
“É a única ação eficaz adotada para proteger a renda dos trabalhadores, que garante a segurança alimentar das famílias e gera impactos positivos na atividade econômica”, defendeu o deputado André Janones (Avante-MG)
Projeto 5.650/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 30 abril de 2021
- Situação: Aguardando despacho do presidente da Câmara
Criado pelo deputado Chiquinho Brazão (Avante-RJ), o projeto também busca a prorrogação do benefício, mas até o final de abril de 2021.
“As famílias brasileiras ainda precisam de ajuda do Poder Público para continuar sustentando seus lares”, afirmou Brazão.
Projeto de Lei 5.514/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 30 junho de 2021
- Situação: Aguardando despacho do presidente da Câmara
Pelo texto do Projeto de Lei 5.514/20, do deputado Fábio Henrique (PDT-SE), o auxílio seria prorrogado até 30 de junho de 2021, com parcelas de R$ 600. Os pagamentos, contudo, dependeriam da prorrogação do estado de calamidade no País.
“O pagamento do auxílio emergencial consecutivo possibilitará que a economia do País não entre em colapso na depressão causada pela pandemia de Covid-19”,
Projeto de Lei 4.715/20
- Valor da parcela: R$ 300
- Validade: Permanente
- Situação: Incorporado ao PL 4856/2019, que aguarda parecer do relator na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).
O projeto do deputado Jesus Sérgio (PDT-AC) busca criar um projeto permanente para substituir o auxílio emergencial. O pagamento seria através de parcelas de R$ 300 e seria destinado a brasileiros maiores de 18 anos com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a meio salário mínimo.
O projeto limitaria dois benefícios por família.
Senado
Projeto de Lei 5495/20
- Valor da parcela: R$ 300 ou R$ 600
- Validade: Até 31 de março de 2021
- Situação: Enviado à publicação em Plenário
Criado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Esperidião Amin (PP-SC), o projeto estenderia o estado de calamidade até março de 2021 e instituiria um pagamento de R$ 300 ou R$ 600 dependendo da “condição do beneficiário”.
Projeto de Lei 2.920/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: 5 meses após aprovação
- Situação: Aguardando avaliação e discussão em Plenário
O texto do projeto da senadora Zenaide Maia (PROS-RN) prevê ampliar o pagamento do auxílio emergencial em até 5 meses após a provação do projeto.
Projeto de Lei 5.494/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 30 de junho de 2021
- Situação: Aguardando avaliação e discussão em Plenário
Segundo o projeto criado pelos senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Paulo Rocha (PT-PA), o auxílio emergencial precisaria ser estendido até o fim do primeiro semestre de 2021, com parcelas mensais no valor de R$ 600 e também incluiria trabalhadores da cultura e agricultores familiares.
Ampliação da Medida Provisória 1.000/20
- Valor da parcela: R$ 600
- Validade: Até 31 de março ou 30 junho de 2021
- Situação: Sugerido para análise de “forma extraordinária”
No fim do ano passado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sugeriu que o Congresso Nacional fosse convocado de “forma extraordinária” para analisar a ampliação do período de validade da MP 1.000/20, que criou o auxílio emergencial.
A ampliação poderia ser feita até 31 de março ou 30 de junho deste ano. As parcelas seriam de R$ 600.
DN