Nascida em 1914, em Salvador, a religiosa ficou conhecida como “anjo bom da Bahia” e teve dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica
A religiosa baiana Maria Rita Lopes Pontes, a Irmã Dulce, teve o seu segundo milagre reconhecido e será proclamada santa pelo Vaticano. A informação foi publicada na manhã desta terça-feira (14) pelo Vatican News, canal oficial de notícias da Santa Sé.
Nascida em 1914 em Salvador, Irmã Dulce, que ficou conhecida como “anjo bom da Bahia” foi membro da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
Teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da Igreja Católica para prestar assistência a comunidades pobres de Salvador, trabalho que realizou até a morte, em 1992.
Foi responsável pela criação das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), um dos maiores complexos de saúde com serviço gratuito do Brasil, que atualmente faz, em média, 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.
O processo da causa da Canonização foi iniciado em janeiro de 2000 e seu primeiro milagre foi validado pela Santa Sé em 2003 pelo Papa João Paulo 2º.
Em abril de 2009, o Papa Bento 16 concedeu o título de Venerável à freira baiana, que tornou-se a “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”. Ela foi beatificada dois anos depois em uma cerimônia religiosa que reuniu 70 mil pessoas em Salvador.
A canonização deverá dar novo fôlego no culto a Irmã Dulce, que já era tratada como santa por grande parte dos baianos e atrai romeiros de todo o Brasil ao seu santuário no largo de Roma, em Salvador.
Além de Irmã Dulce, o Vaticano ainda publicou um decreto no qual reconhece as virtudes heróicas e declarou como Venerável o religioso gaúcho Salvador Pinzetta, membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que morreu em 1972.
Milagres
Ainda não se sabe qual o segundo milagre atribuído à Irmã Dulce pelo Vaticano, que motivou sua santificação. O primeiro, que serviu como base para a beatificação, ocorreu em 2001, na cidade de Itabaiana, em Sergipe.
Depois de dar à luz, Cláudia Cristiane dos Santos sofreu uma quadro de hemorragia. Depois de 28 horas de sangramento e de três cirurgias para tentar solucionar o caso, os médicos não tinha mais esperanças de reestabelecer a paciente. O padre José Almi de Menezes, devoto de Irmão Dulce, teria então rogado à religiosa pela saúde de Cláudia. Durante as preces, a hemorragia cessou e o milagre foi constituído.
Santos brasileiros
O Vaticano já havia reconhecido como santos brasileiros a Madre Paulina (canonizada em 2002), o Frei Galvão (2007), o padre José de Anchieta (2014) e os 30 mártires assassinados no século 17 no Rio Grande do Norte (2017).
Diário do Nordeste