A falta de chuva e a situação crítica dos mananciais levou a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a racionar o abastecimento das cidades de Pacoti e Quiterianópolis. Nesses municípios, os moradores ficam sem receber água em determinados períodos do dia, para evitar colapso ainda maior dos reservatórios. O cenário de Quiterianópolis é mais grave e, por isso, a Cagece já monta esquema mais drástico de economia. Em pouco tempo, o fornecimento de água só será feito em dias específicos da semana. Segundo o presidente do órgão, André Facó, outras três cidades também se encontram em estado muito preocupante: Beberibe, Tauá e Crateús. Caso a seca não dê trégua, elas também correm risco de sofrer alterações no abastecimento. O racionamento em Fortaleza estaria descartado. A Cagece aguarda o próximo boletim da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), previsto para a próxima semana, para avaliar as próximas medidas. Perguntado se a Cagece não poderia ter se antecipado ao problema, investindo em adutoras de pequeno porte ou perfuração de poços, Facó responsabilizou entraves burocráticos e garantiu que já há dinheiro e projetos aprovados para amenizar a situação. “Somos uma empresa pública, tivemos de seguir rito burocrático. Foi necessário captar recursos, fomos aos ministérios, pedimos apoio do governador. Há investimento previsto de mais de R$ 200 milhões, que não poderiam ser feitos com recursos próprios da Cagece”, argumentou. Atualmente, quase dois milhões dos mais de oito milhões de cearenses sentem os efeitos da seca – a pior dos últimos 40 anos. Boletim da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) aponta que apenas 45% da capacidade dos reservatórios acumulavam água em março. Com a vaporização e a falta de chuva, a situação tende a ficar mais crítica. Por volta das 20h30min de ontem, O POVO tentou falar com os prefeitos de Pacoti e Quiterianópolis, mas eles não foram localizados. (com Agência Estado)
ENTENDA A NOTÍCIA
A 95 km de Fortaleza, os reservatórios de Pacoti estão com 32,7% do volume total. Já em Quiterianópolis, distante 414 km da Capital, o açude Colina está com apenas 5,3% de sua capacidade.