Estatística se refere ao primeiro semestre deste ano, nas rodovias estaduais e federais no Ceará. Flagrantes por radares móveis nas BRs cresceram; já as infrações flagradas pelos radares fixos tiveram queda
A cada 34 segundos, um carro foi multado, no primeiro semestre deste ano, por exceder o limite de velocidade nas rodovias cearenses. Em todas as estradas, estaduais (CEs) e e federais (BRs), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e Polícia Rodoviária Federal (PRF-CE) aplicaram 464.821 multas no período.
As infrações tiveram aumento relativo a 2016 somente nas estatísticas da PRF, que contabiliza registros de radares móveis nas BRs. Já as infrações cometidas no mesmo período e flagradas por radares fixos, tanto nas BRs como nas CEs, tiveram redução de 59,9% e 2,7%, respectivamente, de acordo com dados do Dnit e do Detran.
Trafegar com velocidade acima da permitida e reduzir somente na iminência da fiscalização eletrônica fixa é prática comum entre motoristas, embora continue se caracterizando como infração. Só entre janeiro e abril deste ano, 327 fiscalizações por radares móveis da PRF chegaram a captar imagens de 91.587 veículos — o equivalente a dois carros por minuto — excedendo a velocidade máxima entre um radar fixo e outro. Chamada de “movimento gangorra”, a prática foi o que estimulou a PRF a utilizar os radares móveis. O objetivo é reduzir a quantidade de acidentes graves nos trechos em que não há fiscalização eletrônica regular.
Segundo o superintendente da PRF-CE, Stênio Pires, o movimento gangorra é praticado por pelo menos 75% dos motoristas e ocasiona, principalmente, acidentes com pedestres. “70% dos acidentes graves estão relacionados a excesso de velocidade”, apontou. O reflexo dessa transgressão, segundo estatísticas da PRE, nos primeiros quatro meses deste ano, foram 1.064 acidentes, 610 feridos e 106 mortos nas CEs.
No dia a dia
“60 quilômetros (por hora, de velocidade máxima) pra BR (116) é muito pouco”, critica o motorista José Menezes da Cunha Júnior, 37. Ele diz que busca se manter na máxima velocidade permitida, mas acha que a quilometragem “baixa” causa lentidão no trânsito e gasto excessivo de combustível. “Quando mexe com o bolso, a coisa anda como eles querem, né? Mas não existe uma atitude educativa. É muito pouco”, reclama.
O povo