Ouvi atentamente o áudio do pronunciamento do deputado estadual Sérgio Aguiar sobre a cassação, por quebra de decoro, do mandato da vereadora de Granja, Paloma Aguiar, e até o momento ainda não encontrei um adjetivo menos agressivo para classificá-lo. A palavra “hipócrita” me parece ser a de tom mais educado e adequada para enquadrá-lo, pois com muita maestria ele dissimulou descaradamente sua personalidade na Tribuna da Assembleia, na manhã desta quinta-feira (06), ao afirmar, por A mais B, que a vereadora foi vitima de perseguição politica simplesmente porque era de oposição.
Não vou entrar no mérito da defesa da vereadora, que a meu ver, nesse caso, não é a santa imaculada sem pecado original da politica. Ela já teve negado da própria Justiça o pedido para retornar ao mandato. A critica fica mesmo no âmbito da hipocrisia do deputado Aguiar, que no grau da comparação entre o episódio dado em Granja e o ocorrido em Camocim, com o vereador Erasmo Gomes (PSL) e o ex-vereador Régis da Ipu, descredibiliza todo o seu “discurso canalha” supostamente em favor das minorias parlamentares e da democracia.
Também não vou discorrer sobre o mérito das defesas do Erasmo e do ex-vereador Régis, que enfrentaram processos por quebra de decoro. A questão é sobre o Papudo, como é conhecido Sérgio em Camocim, que ordenou as suas marionetes do Legislativo, que são imensa maioria na Câmara, o voto “caçando”os mandatos dos vereadores oposicionistas. E para quem não sabe, tanto Erasmo como Régis, além da critica na Tribuna contra os desmandos do executivo, ambos tem históricos de protocolos contra a prefeita nos órgãos de Justiça.
A Justiça devolveu o mandato de Erasmo e corrigiu, em atraso, a injustiça cometida contra o vereador Régis da Ipu, deixando mais claro ainda o que todos em Camocim sabem: que Sérgio Aguiar é um fino perseguidor politico e que não mede esforços para calar a voz dos que lhe contrapõe.
Em resumo, o discurso de Sérgio Aguiar, hoje, na Tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará , não poderia lhe render adjetivo melhor do que o de hipócrita!
Carlos Jardel