Se o carisma foi uma das marcas de Hugo Chávez, seu sucessor é conhecido pelo sorriso fácil sob o vasto bigode. Nicolás Maduro, 50, tem o “coração de um homem do povo”, como disse o próprio Chávez ao ungi-lo às vésperas de seguir para Cuba para a sua quarta cirurgia, em dezembro.
(Foto: Agência Reuters)
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira (5), em Caracas. Ele havia sido reeleito novamente em outubro deste ano e estava no poder desde 1999. Em pronunciamento antes da cirurgia, Chávez pediu que os venezuelanos votassem em Maduro, caso ele não pudesse assumir a presidência.
Com a morte de Chávez, de acordo com a Constituição deverão ser convocadas novas eleições em até 30 dias. O vice só assume o cargo se o presidente morrer nos dois últimos anos de mandato (na Venezuela o mandato presidencial é de seis anos).
Maduro
Sem diploma universitário, Maduro dirigia os ônibus da frota pertencente ao metrô de Caracas nos anos 90, e foi líder sindical da categoria. Ministro das Relações Exteriores desde 2006, ele sempre foi um embaixador das ideias chavistas, incluindo críticas radicais ao cenário internacional a partir da ótica de Chávez. Menos vinculado aos negócios do chavismo no imaginário público, é mais bem visto como sucessor de Chávez que, por exemplo, Diosdado Cabello, o militar reformado presidente da Assembleia que é influente nos quartéis. Mais do que habilidade para controlar o partido, o PSUV, ou ter a anuência dos militares, o que será decisivo para o futuro da “revolução” é manter o maior capital dela: o apoio massivo da classes D e E, as mais beneficiadas pelo governo. Outro “ativo” de Maduro é ter trânsito internacional e a capacidade de negociar, vinda da experiência sindical e dos mais de seis anos no comando de uma das chancelarias mais influentes da região.
Influência
Maduro e sua mulher, a hoje procuradora-geral, Cília Flores, são um dos casais mais influentes entre os “civis” do chavismo. Conhecem Chávez desde que a advogada Flores o defendeu quando ele foi preso após a intentona golpista de 1992. Analistas e consultorias concordam que Maduro tem mais “ativos políticos” que outros que gravitam em torno de Miraflores. O primeiro fator é gozar da confiança dos irmãos Castro, em Cuba –Cabello seria contra a influência cubana em inteligência e segurança. Além disso, Maduro já prometeu, em frente às câmeras, lealdade “para além da vida” a Chávez, em seu primeiro discurso como herdeiro político do presidente. “O presidente nomeou Maduro porque sabe que ele é o único com viabilidade eleitoral. Nem integrantes da ala militar nem de sua família teriam chance contra a oposição”, diz Eduardo Semtei, ex-integrante da cúpula do Conselho Nacional Eleitoral, que romp
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