O deputado é alvo de protestos e de acusações de movimentos sociais. Feliciano disse que a morte de John Lennon foi revanche de Deus A ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse ontem que as falas do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), incitam o ódio e a violência. A ministra também cobrou do comando da Câmara e do Ministério Público Federal (MPF) uma ação contra o deputado. Há mais de um mês, o deputado federal é alvo de protestos de movimentos sociais que o acusam de racismo e homofobia, e pedem a sua saída do posto. Segundo Rosário, o País tem como grande conquista dos direitos humanos e da democracia a convivência entre os diferentes: “É lamentável que a cada dia nos deparamos com mais um pronunciamento, mais uma intervenção que incita o ódio, o preconceito que já ultrapassa as barreiras da comissão na Câmara e diz respeito a todos nós brasileiros e brasileiras”, disse. Ela visitou ontem uma exposição no Congresso Nacional, em Brasília, que retrata o Holocausto, o qual levou ao genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A ministra disse que intolerância e o ódio provocaram o Holocausto e que não há espaço no Brasil para essas posições: “Estamos vendo essa exposição sobre o Holocausto, o resultado do ódio, intolerância, desrespeito humano”, disse. Ainda ontem, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), presidido pela ministra Luiza Helena de Bairros, publicou moção de repúdio em que declara “indignação” pela indicação de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Morte de Lennon
Um vídeo divulgado pela Internet de um culto evangélico presidido por Feliciano revelam mais opiniões polêmicas do pastor. Durante a pregação, ele sustenta que a morte de Lennon foi por revanche de Deus. Segundo o deputado, Lennon afrontou a Deus ao afirmar que a banda era mais popular que Jesus Cristo: “A minha Bíblia diz que Deus não recebe uma afronta e fica impune. Passou um tempo dessas declarações, alguém chama (John John) pelo nome, ele vira e é alvejado com três tiros no peito. Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo, eu ia tirar o pano de cima e ia dizer me perdoe, mas esse primeiro tiro foi em nome do Pai, esse é em nome do Filho e esse é em nome do Espírito Santo. Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”, afirmou. Em dezembro de 1980, quando voltava para o apartamento onde morava em Nova York, Lennon foi abordado por Mark David Chapman, que disparou cinco tiros contra ele, dos quais quatro o acertaram. (da Folhapress) http://www.opovo.com.br/