O Ministério Público Eleitoral protocolou ontem ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir a cassação dos mandatos de 13 deputados federais em razão de mudanças de legenda.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , afirmou que o foco seriam os casos daqueles que deixaram seus partidos, se filiaram a uma legenda recém-criada e depois migraram para partidos já existentes FOTO: AGÊNCIA BRASIL
As ações do MP se baseiam nas regras da fidelidade partidária. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fixou que os mandatos pertencem aos partidos e não aos candidatos. Com isso, de acordo com a resolução, só é permitida a mudança de legenda nos casos de incorporação ou fusão de partidos, criação de novo partido, mudança ou desvio programático da sigla e “grave discriminação” cometida contra o parlamentar.
Na avaliação da Procuradoria, nos 13 casos não houve justificativa para a mudança da legenda. Entre esses casos estão os de Walter Feldman (SP) e Alfredo Sirkis (RJ), que eram do PV e queriam ir para o “Rede Sustentabilidade”, de Marina Silva, cujo registro foi negado pelo TSE. Membros da Rede, entre os quais Feldman e Sirkis, se abrigaram no PSB enquanto aguardam a legalização do novo partido.
Além deles estão entre os alvos da ações os deputados José Humberto Soares (MG), Stefano Aguiar dos Santos (MG), Paulo César da Guia Almeida (RJ), Wanderley Alves de Oliveira (RJ), Luiz Hiloshi Nishimori (PR), Silvio Serafim Costa (PE), José Wilson Santiago Filho (PB), Paulo Henrique Ellery Lustosa da Costa (CE), Paulo Roberto Gomes Mansur (SP), Francisco Evangelista dos Santos de Araújo (RR) e Cesar Hanna Halun (TO). Segundo o TSE, as ações foram distribuídas para seis relatores diferentes: Laurita Vaz, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luciana Lóssio, Henrique Neves e João Otávio de Noronha. Os ministros coletarão provas e ouvirão depoimentos. Quando os processos estiverem prontos, cada relator levará ao plenário para julgamento. Da decisão do TSE, caberá recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais cedo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também coordena o Ministério Público Eleitoral, afirmou que o foco seriam os casos daqueles que deixaram seus partidos, se filiaram a uma legenda recém-criada e depois migraram para partidos já existentes. No entanto, há casos de deputados que migraram diretamente para nova legenda.
Deputados se pronunciam
Alvos dos processos de infidelidade partidária contestaram o Ministério Público, mas um deles disse considerar correta a ação da Procuradoria. Walter Feldman afirmou que não irá se opor à ação de perda do mandato. Já, Alfredo Sirkis afirmou que desde 2010, sofre perseguição política.
Versão
A reportagem tentou o contato com o deputado federal cearense Paulo Henrique Ellery Lustosa da Costa até o fechamento dessa edição. O seu celular encontrava-se desligado.
Entretanto, em recente entrevista concedida ao Diário do Nordeste, Lustosa justificou a troca de partido. Segundo o parlamentar, sua saída do PMDB para o PP foi devidamente acertada após um acordo com o seu ex-partido.
http://diariodonordeste.globo.com