Mulher detida com mais de 100 documentos falsos

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FORTALEZA, 23 DE OUTUBRO DE 2017. ESTELIONATÁRIA MARIA IANA BEZERRA DE SOUSA
– POLICIA – 24pl1040 – SAULO ROBERTO

 

 

Uma mulher que foi flagrada com mais de 100 documentos de identificação falsos, no município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi detida, na última sexta-feira (20), pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF). A prisão da estelionatária expôs uma quadrilha especializada em saques de benefícios do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep).

 

Segundo o titular da DDF, delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, a Polícia chegou a Maria Iana Bezerra de Sousa, 27, que estava na casa dela, no bairro Novo Maranguape, a partir de informações obtidas e investigação. O objetivo da diligência policial era prender também o marido dela, Franciedson da Silva Leite. Porém, ao abordar a mulher, os policiais descobriram que o suspeito estava detido há cerca de 20 dias, em Natal, no Rio Grande do Norte, por ter tentado aplicar o mesmo golpe em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF).

 

Com Maria Iana, a DDF apreendeu mais de 100 documentos de identificação – entre identidades e Carteiras Nacional de Habilitação -, cartões de crédito, cartões de lojas e 24 comprovantes de saque do PIS/Pasep, que totalizam R$ 22.488. Entretanto, a investigação aponta que os valores subtraídos pela organização criminosa são maiores.

 

A mulher responderá por estelionato, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, uso de documento falso, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Maria Iana foi detida há um mês, por receptação, mas foi solta em uma audiência de custódia

 

Os documentos falsos apresentaram a repetição da foto de cinco pessoas, além de Maria Iana e o marido Franciedson Leite, o que levantou a suspeita da Polícia de que sejam outros integrantes da quadrilha.

 

Quadrilha

 

Duas mulheres foram identificadas pela estelionatária detida apenas como ‘Negona’ e ‘Vânia’, enquanto um homem se chamaria ‘Tiago’. A investigação conta com a ajuda da população para identificar os suspeitos.

 

Em depoimento, Maria Iana afirmou que ‘Tiago’ seria o líder do grupo criminoso e ficava com 50% do lucro obtido nos golpes. Porém, o delegado Jaime Paula suspeita que ela seja a verdadeira ‘cabeça’ do esquema, já que estava na posse da centena de documentos falsificados.

 

Interestadual

 

A quadrilha, que teve origem no Ceará, também atuava em, pelo menos, mais três estados do Nordeste: Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. Segundo Maria Iana, os criminosos tinham acesso aos dados pessoais das vítimas através de uma fonte que residia em São Paulo, conhecido apenas como ‘Gordo’.

 

Conforme o titular da DDF, a especialização da organização criminosa em sacar o benefício do PIS/Pasep se dava por ser um dinheiro garantido, que eles obtinham facilmente, nas agências bancárias. Mas o ganho da organização criminosa se dava também em compras no comércio, no nome das vítimas. A Polícia Civil investigará se o grupo aplicava outros golpes.

 

“O nome (da vítima) pode ser aleatório, desde que tenha uma procedência e não esteja ‘negativado’ (com dívida em atraso)”. As vítimas são do Brasil inteiro. Hoje em dia, sabemos que o fato de você ter uma conta em São Paulo não impede que esteja movimentando aqui.

“Infelizmente, o que dificulta a investigação é exatamente isso”, explicou o delegado Jaime Paula Pessoa.

 

Diário do Nordeste

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