Funcionários do correios no estado do Ceará aderiram à greve nacional iniciada nesta terça-feira e paralisaram suas atividades. Em entrevista ao Jornal Alerta Geral nesta quarta-feira (19), o coordenador interino do Sintect-CE (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Ceará), José Veridiano, esclareceu que a paralisação se deu em razão do descumprimento de um acordo coletivo assinado por dois anos.
Segundo Veridiano, a empresa dos Correios se dirigiu ao STF e anulou a cláusula que determinava o acordo por dois anos e anunciou a retirada de 70 cláusulas do nosso acordo coletivo. O coordenador ainda afirma que os trabalhadores do setor não estão buscando regalias, mas que a própria decisão força os funcionários a tomarem essa decisão por não querem negociar com a categoria.
“Nós não temos nada de regalias, as pessoas falam muito que os correios ganham muito, que o trabalhador dos correios tem regalias. Mas na verdade nós não temos nada de regalias. Nós temos apenas algumas vantagens que foram trocadas nas últimas décadas por salário, nosso salário é o mais baixo pago pelas estatais brasileiras. Correios é a estatal que paga pior”
Sobre o nível de adesão dos servidores dos Correios no Ceará à paralisação nacional, José Veridiano diz que o percentual está em torno de 75% a 80%, mas que se espera que a adesão aumente mais, já que no primeiro dia sempre entram menos trabalhadores na greve. Veridiano ainda afirma que todos os serviços que são próprios dos Correios na área de distribuição estão sendo prejudicados pela interrupção das atividades.
“No atendimento o impacto foi menor porque as agências não fecham, não aderem a movimento e é exatamente por conta disso, porque esse pessoal não vem junto que demoram tanto essas paralisações…muita gente pensa que os correios tem o monopólio de tudo, mas os Correios não tem monopólio. O único monopólio que os correios tem é o da carta, da carta simples, do malote. Essa questão da parte de encomenda os correios tem mais de mil concorrências em todo o país”
José Veridiano ainda destaca na sequência a importância da empresa como sendo a única que está presente nos 5.570 municípios de todo o país e que vai nos mais longínquos lugares do Brasil. “Nenhuma empresa particular, nenhuma empresa privada vai querer fazer esse serviço que os Correios fazem não. Se os Correios forem privado com certeza mais de 5 mil agências serão fechadas, mais de 5 mil municípios ficarão sem a prestação de serviços que nós fazemos hoje”, diz ele.
Por fim, o coordenador do Sintect-CE pede apoio na luta da categoria e diz que a briga não é por regalia, mas para “manter o alimento na nossa mesa”, declara José. Ele ainda afirma que o salário médio de um funcionário dos correios é de R$ 1.757 reais e critica o alto salário de R$ 48 mil reais do presidente da empresa, a qual, segundo Veridiano, criou mais 17 assessorias no valor de 27 mil reais. “Aí eles tem dinheiro pra pagar um monte de gente dessa e não tem dinheiro pra pagar o nosso benefício”, finaliza
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