O presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (16), evitou definir em que palanque os trabalhistas estarão nas próximas eleições para a Presidência da República, em 2014, assumindo que o apoio à Dilma é mais provável, mas não negando um possível acordo com o PSB de Eduardo Campo ou com o tucano Aécio Neves.
“O processo político é dinâmico, é rico”, disse Lupi, resaltando que a ‘tendência’ é o PDT apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, ao mesmo tempo em que declara que, no ano que vem, o partido poderá conversar com opositores sobre os avanços possíveis nas políticas que eles propõem.
Entre as candidaturas de oposição à Dilma, Lupi reconhece que uma coligação entre PDT e PSB é a mais provável, por conta da simpatia dos trabalhistas pela figura de Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, e pelo histórico de coligações entre as duas legendas, que já possuem acordos em vário Estados há anos.
A definição do PDT deve ocorrer em março ou abril do ano que vem, segundo o presidente do partido. “Se tiver propostas apresentadas à esquerda do governo Dilma, vamos discutir”, diz o pedetista.
Durante a entrevista, Calos Lupi ainda prevê um segundo turno entre Dilma e Eduardo Campos na corrida pelo Planalto. Para ele, a situação seria desconfortável para a petista.
Questionado sobre a saída de Paulinho da Força (SP) do PDT, após a oficialização do Solidariedade, Calos Lupi declarou que a fidelidade partidário na política brasileira é uma exceção. Para ele, a infidelidade é uma regra, o seu partido foi um dos mais prejudicados na última onda de troca-troca de legendas por conta da atitude desleal de Paulinho, que, mesmo negado, agiu dentro do partido para fundar uma nova legenda.
O PDT elegeu 27 deputados federais em 2010, mas agora está com apenas com 18. Saíram do partido, entre outros, Miro Teixeira (RJ) e Paulinho da Força (SP), este último para criar o Solidariedade.