Há 17 anos ela assumiu o compromisso de levar o romantismo no forró por meio do Banda Magníficos. Natural de Fortaleza, do bairro José Walter, a cantora Sâmya Maia deixou a Capital cearense ainda na adolescência para viver da música. No inicio deste mês, a forrozeira esteve em casa na edição do Forró das Antigas 2017. O Puxa o Fole conversou com a loira sobre a trajetória na música, além da atuação dela no jornalismo.
A carreira começou aos 13 anos, quando um grupo de amigos do bairro resolveu montar uma banda formada por crianças. Sâmya conta que ela era a mais velha. “Só deixavam eu cantar uma música para ir embora. Um belo dia a cantora faltou e me pediram para assumir o lugar. Entrei e fiquei”, conta a forrozeira. Um ano depois, o primeiro convite para um grupo profissional surgiu pelo cantor Hilário Neto, da Banda Zanzar. Por seis meses ela ficou no grupo e, em seguida, um novo convite surgiu, dessa vez para a Banda Zanzibar, na qual atuou nos vocais por três anos.
O encontro com a Banda Magníficos só ocorreu em 1999. Durante a participação da Zanzibar no programa “Planeta Xuxa”, um membro da Magníficos sinalizou sobre a saída da cantora Walkyria Santos. “A conversa só foi aquela. Posteriormente me ligaram para marcar um teste. Eu achava que não ia passar. Não fui a primeira vez. Numa segunda vez, pensei que eu não estava tão bem na Zanzibar e fui”. O primeiro contato com o novo grupo aconteceu em Santa Luzia, na Paraíba. “De lá, fiquei. São 17 anos de muita história de coisas boas e difíceis. Passei três anos na banda cantando as últimas músicas do repertório. Mas isso foi bom. Eu amadureci. Tinha apenas 17 anos”, declara.
Jornalismo
Anos depois na Magníficos, Sâmya Maia queria fazer algo novo e pensou seguir carreira como comunicadora. “Na verdade, desde criança eu queria ser apresentadora. A vida me levou pra música. Com o tempo, por inquietude, decidi fazer jornalismo. Eu resolvi ir embora de Monteiro, onde a banda é sediada e fui para João Pessoa. Lá cursei Direito. O primeiro período foi ótimo, mas quando passou para o segundo, vi que não daria certo”, afirma Sâmya.
Não satisfeita, ela buscou o curso de jornalismo em Recife “Eu queria ser apresentadora. Eu não queria fazer a coisa de qualquer jeito. Eu queria entrar numa redação é saber o que eu estava fazendo”. Hoje, ela divide a carreira na música com um programa de TV local, em João Pessoa.
Palco
A Banda Magníficos, diferente de parte dos bandas de forró dos anos 1990, teve como canções principais interpretações de mulheres. Das cantoras que passaram no grupo, Sâmya revela admiração por Walkyria Santos.
“Ninguém pode deixar de reconhecer a história dela. Sabemos que ela foi a pessoa que iniciou tudo. Foi a responsável em colocar a Magníficos onde ela chegou”. Nos 17 anos de banda, a cantora conta que só parou para ter um filho. Atualmente, a forrozeira divide os vocais com o cantor Frajola. Os dois mostram bom entrosamento e desenvoltura nos shows.
Sobre as dificuldades na música, ela conta que o ego é uma grande interferência. “Administrar dinheiro é fácil, O difícil administrar ego. A fofoca é uma tristeza. Quando você vê, está de um tamanho que não controla. Graças a Deus eu me dei bem com parte dos músicos como Aduílio Mendes, Juares Junior e Luciene Melo. E ai chegou o Frajola. Me identifiquei muito no palco”. A dupla não tem um convívio diário, porque ela mora em João Pessoa e ele em Monteiro. “Ele respeita minha história. E eu respeito que ele está chegando agora e quer construir a história dele. Ele canta muito. Frajola está ali para somar. É bacana quando você encontra alguém que veste a camisa”.
Sâmya afirma que muitas pessoas criticam a permanência da banda no mercado musical e falam que o grupo precisa se modernizar. “Nós estamos fazendo isso ao longo dos anos com outras batidas. Inserimos e tiramos dançarinas. Enfim, vem se modernizado. Não adianta perder a essência”. Para a vocalista, as bandas que fizeram isso foram ficando no meio do caminho e fecharam as portas. “Não adianta tocarmos o repertório de Wesley Safadão, pois não vamos atingir os fãs de Wesley, é fato. E ainda vamos deixar de atingir os fãs da Magníficos. Temos que saber agradar nosso público alvo. Se Deus quiser, daqui há uns 10 anos, nós ainda estaremos no mercado. Não sei se eu estarei, pois já estou com 34 anos”
Quanto a carreira solo, Sâmya ressalta ter medo. “Os exemplos que tive mais próximos não foram prósperos. Já cheguei a receber proposta de empresário. Eu sou muito medrosa com minha instabilidade”, revela. Para os novos cantores, ela aconselha seguir os sonhos. “Agora é preciso ter coerência sobre ter talento. Ruim é ser fracassado por não tentar. E lógico, Deus acima de tudo”, conclui.
De casa nova
Michele Andrade, ex-cantora da Limão com Mel, é a nova parceira de Chimbinha. A dupla já entrou em estúdio essa semana para gravar músicas e clipe. “O X da questão é: você vai pirar de emoção”, escreveu a vocalista. A partir de agora, o grupo não deve mais usar o termo Calypso. Uma nova logo está sendo produzida para a banda.
Cantor rebate comentários
Acusado de racismo por chamar um amigo de “tiziu”, o cantor Eduardo Costa decidiu se pronunciar por meio do Instagram. “Somos amigos e para mim ele é como um pai, meu pai preto, muito preto. Racismo para mim não está na boca de quem fala, está no ouvido de quem entende”, escreveu.
Irmãos Araújo quase na telona
Cristiano Araújo, vítima de um acidente automobilístico em 2015, quase atuou no cinema. O irmão Felipe Araújo revelou que os dois tentaram fazer parte do elenco de “2 Filhos de Francisco”,lme sobre Zezé Di Camargo e Luciano lançado em 2005, mas o resultado, para o cantor, foi “ridículo”.
Arraiá para relembrar hits
Os forrozeiros têm encontro indispensável com a turma “das antigas” na próxima quarta-feira (14), véspera de feriado, no shopping Iguatemi. Walkyria Santos, Batista Lima, Kátia Cilene e Eliane estarão reunidos no palco do “Arraiá 20 e poucos anos”. Informações pelo (85) 98636.0401.
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