O planeta tem pela frente uma equação complicada de resolver. Até 2050, a demanda mundial por energia deve duplicar. No mesmo período, é necessário que se reduza pela metade as emissões de CO2, para evitar mudanças drásticas no clima. “Energia se apresenta como uma questão desafiadora porque tem se tornado mais cara e mais escassa”, adverte Emanuel Babeau, CFO (executivo de finanças) da Schneider Electric, multinacional especialista em gestão de energia. Na corrida contra o tempo, pesquisadores alertam para a urgência da adoção de políticas de sustentabilidade em âmbito geral, da sociedade e do estado, sob o risco de se chegar a situações irreversíveis. A disponibilidade de energia já se configura como uma nova fronteira para a atração de investimentos. Eficiência energética tornou-se então um fator preponderante na construção de cidades mais sustentáveis e como soluções tecnológicas que facilitem o acesso à energia segura e viabilizem os processos de integração dos sistemas urbanos. Algumas dessas inovações foram apresentadas no Xperience Efficiency 2013, evento que aconteceu simultaneamente em cinco países: Brasil, Estados Unidos, China, Rússia e Colômbia.
Eletrificação de baixo custo
Entre as soluções apresentadas no evento, está o projeto Villa Smart, sistema de eletrificação para áreas remotas, para onde seria muito oneroso levar redes de transmissão. Com uma experiência-piloto em duas comunidades da região Amazônica, a iniciativa garante geração de energia elétrica através de placas solares, integradas a um sistema de armazenamento e distribuição. Os moradores, que antes dispunham de apenas quatro horas diárias de energia fornecida por geradores abastecidos com óleo diesel, agora dispõem de energia 24 horas. O projeto vem instigando desenvolvimento para a região, com abertura de novas atividades comerciais e aulas no turno da noite. Além disso, há um ganho ambiental. Mais de uma tonelada de CO2, liberado com a queima do diesel dos geradores, deixou de ser emitida por mês em cada comunidade. “A tecnologia foi desenvolvida. Falta agora que as concessionárias comprem a ideia e universalizem o acesso à energia para outras comunidades”, diz a gerente de sustentabilidade da Schneider Electric no Brasil, Denise Lana.